PSICÓLOGA E SEXÓLOGA CRP 11/18171

Profilaxias contra HIV (PrEP)

A epidemia do HIV/AIDS surgiu nos anos 80 e, hoje, segundo a Organização das Nações Unidas, temos aproximadamente 40 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. Por muito tempo, campanhas públicas sempre pregaram como métodos de prevenção do HIV o uso de preservativos (ou mais recentemente, o malfadado e claramente inútil método preventivo, abstinência sexual).

Recentemente, as estratégias de prevenção combinada têm sido apontadas como a melhor alternativa para reduzirmos as infecções pelo HIV. E o que seriam essas estratégias combinadas?

Simplesmente o uso da combinação de ferramentas que visem prevenir, rastrear e tratar precocemente todas as pessoas sob riscos potenciais de infecção. Vamos conhecer um pouco mais dessas estratégias. Além de vacinação, uso de preservativos e lubrificantes íntimos à base de água durante as relações sexuais (sejam vaginais ou anais), orienta-se também o uso de PrEP ou da PEP em determinadas situações. Vamos conhecer um pouco mais dessas profilaxias?

PrEP (Profilaxia Pré-exposição): Trata-se da profilaxia medicamentosa, aprovada para uso diário no Brasil. Até o momento, o Ministério da Saúde define como público prioritário para o recebimento do PrEP: homens cis e gays e outros homens que fazem sexo com homens; pessoas Trans que praticam sexo penetrativo; trabalhadores do sexo e parcerias sorodiferentes; mas todos que se entenderem expostos ao risco de infecção pelo HIV devem pensar nessa estratégia!

PEP (Profilaxia Pós-exposição): Uma medida de urgência, em que se percebe risco aumentado de exposição ao vírus (a camisinha rompeu, houve um compartilhamento de materiais pérfuro-cortantes, casos de violência sexual). Para o PEP funcionar, deve-se iniciar o uso, em até 72h, de medicamentos antirretrovirais. A profilaxia dura 28 dias.

Tanto PrEP quanto PEP são oferecidas gratuitamente pelo SUS. Não se esqueça também de realizar frequentemente exames de rastreamento de ISTs. Orienta-se realização desses exames a cada 6 meses e todas devem realizar esse exame!

PrEP é segura? Ela é uma forma de prevenção medicamentosa ao vírus. Segura e recomendada pelo Ministério da Saúde. Trata-se de uma combinação de 2 medicamentos em um só comprimido: Tenofovir + Emtricitabina (Truvada). Tradicionalmente, ela é de uso diário, porém, recentemente, o Ministério da Saúde aprovou também o seu uso sob demanda, ou seja, tomadas próximas às relações sexuais.

Como posso conseguir o medicamento?

É possível solicitar através dos canais do SUS, que oferece gratuitamente o tratamento com PrEP, tendo uma consulta médica e uma consulta com o farmacêutico, como, por exemplo, em CTAs e UPAs.

Sempre que recebo um paciente, discuto aqui estratégias de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O PrEP é uma dessas estratégias e é uma das mais eficazes para a prevenção do HIV. É muito importante que você também saiba sobre o uso do PrEP em pessoas que se hormonizam com estrogênios (mulheres trans, travestis e pessoas transfemininas). Ainda não sabemos sobre as reais interações do hormônio com o PrEP e se um diminui a eficácia do outro. Por isso, é recomendada cautela!

Assim como a PEP (profilaxia pós-exposição), o medicamento é distribuído gratuitamente pelo SUS após uma consulta com o médico e o farmacêutico. Também é possível realizar uma consulta particular com os médicos e solicitar a retirada do medicamento no SUS. O uso do PrEP, no entanto, é apenas uma das estratégias utilizadas na prevenção de ISTs. Lembro sempre que ela é usada apenas na prevenção do HIV, não das outras. Para a prevenção das outras ISTs, precisamos associar a PrEP às vacinações disponíveis, aos géis lubrificantes à base de água e aos preservativos. Além disso, todas as pessoas devem ser testadas, independentemente do estado conjugal, a cada seis meses para ISTs.

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